terça-feira, 6 de julho de 2010

SE VOCÊ NÃO EXISTISSE, QUE FALTA FARIA?

Qual sua verdade? Qual sua essência? No dia em que você se for essas questões irão embora com você.
O que permanecerá de você no mundo? Permanecerá o seu legado.  Permanecerá aquilo que você ensinou, aquilo que "ensignou", as marcas que deixou.
Leitura imperdível do Mário Sérgio Cortella, mestre e doutor em educação pela PUC-SP, é docente, consultor e autor de diversos livros nas áreas de filosofia, ciências da religião, ética e responsabilidade social, educação e gestão de conhecimento.

Eis um pouco do que o livro me ensinou:

Saudade de Nostagia
Raízes e Âncoras
Na vida nós devemos ter raízes e não âncoras. Raiz alimenta, âncora imobiliza. É impossível viver sem cicatrizes. Nostalgia é uma lembrança que dói, saudade é uma lembrança que alegra. Pessoas com nostalgia estão quase sempre às voltas com um processo de lamentação. O nostálgico amarga e sofre, o saudoso se alegra, pois deixa fruir aquilo que viveu.

Percalços são inevitáveis, toda vida é composta por erros e acertos, por dores e delícias.  A maioria das pessoas acredita piamente que aprendemos é com os erros.  Cautela com isso. Na minha opinião, aprendemos com a correção dos erros. (...)
Não é o erro; é a correção do erro que ensina.

O acolhimento da discordância
Prestar atenção no outro de maneira sincera, eis um aprendizado que devemos procurar desenvolver nas nossas relações.
A anulação do outro é o ápice do confronto, que deve ser evitado a todo custo. Isso vale para o terreno das idéias, da convivência, para o casamento.  Aliás, para o campo dos relacionamentos, o grande pensador Rubem Alves criou uma imagem excelente.  Para ele, os relacionamentos devem ser como um jogo de frescobol, e não como uma partida de tênis. (...)
No tênis, você usa toda a sua competência para que o outro receba a bola do pior modo possível. (...)
Toda vez que o oponente erra, você se congratula.  No frescobol, por sua vez, você capricha para que o outro receba a bola do melhor modo que consegue.  Quando manda uma bola atravessada, você pede desculpas e procura não repetir mais isso. 

O que vale é ter razões, não senões.  Razões para viver, para pensar, para agir.
Viver em paz para morrer em paz!  Viver em paz não é viver sem problemas, sem atribulações, sem tormentas.  Viver em paz é viver com clareza de estar fazendo o que precisa ser feito, ou seja, não apequenar a própria vida e nem a de outra pessoa, ou qualquer outra vida.  Viver em paz é repartir amizade, lealdade, fraternidade, solidariedade, vitalidade.
Morrer em paz é poder ter-se livrado das tentações da futilidade de muitos propósitos, recusado a atração pela vacuidade de intenções e afastado a indecência de uma vida apequenada, infértil e desértica.
Continua valendo a pergunta, para você, e para mim: se você não existisse (se eu não existisse), que falta faria?



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